O Sono e a Chupeta, combinam?

O Sono e a Chupeta, combinam?

Os recém-nascidos já nascem com um reflexo muito importante, chamado reflexo de sucção, que é a capacidade de sugar o seio materno e a sucção não nutritiva, como sugar o dedo, a chupeta, o paninho ou a mãozinha.

É no seio materno que o bebê até os 6 meses de idade realiza sua corregulação, ou seja, busca alívio do estresse, fonte de tranquilidade e controle das suas emoções, assim como a liberação de hormônios do bem-estar, as endorfinas. Por isso os bebês novinhos buscam constantemente o seio materno para se alimentarem, diminuírem a tensão do dia e para relaxarem.

A sucção não nutritiva também traz alguns benefícios ao bebê como fonte calmante e terapêutica e as crianças aprendem rapidamente que podem prolongar esses efeitos com o uso da chupeta ou com o dedo e objetos.

 

Mas quais efeitos o uso da chupeta pode ocasionar ao sono? Ela ajuda ou atrapalha?

 

Há estudos que comprovam que o uso da chupeta reduz o risco da Síndrome da Morte Súbita do Lactente, e é por isso a Academia Americana de Pediatria recomenda o uso da chupeta à noite para os recém-nascidos.

Mas o seu uso prolongado pode trazer algumas complicações, como interferir na qualidade do sono, atrasar a consolidação da amamentação e interferir nas questões emocionais da criança. Devido a esses fatos recomenda-se a retirada da chupeta até os 6 meses de idade, pois até esse período a criança não cria laço emocional. Caso não seja possível, retire até 1 ano idade.

Quando a criança está entrando no estágio do sono profundo a chupeta cai da boca da criança e a mesma desperta e chora, solicitando a chupeta novamente e os pais acabam ficando a noite inteira colando a chupeta na boca da criança para que ela adormeça novamente. Esse fato dificulta a criança a profundar no sono, mantendo um sono superficial, reduzindo a duração dos seus ciclos. Consequentemente, podemos desenvolver uma privação de sono, na qual a criança não tem um sono reparador, tendo sua qualidade de sono noturno prejudicado.

Além disso, a chupeta pode levar à confusão de bicos, atrapalhando o processo da amamentação. A criança não mama o suficiente durante o dia, acordando de madrugada para suprir essa necessidade que não foi saciada durante o dia.

É importante considerar também que a chupeta pode inibir o ato da criança em expressar suas emoções, como por exemplo, durante um episódio de frustração ou de raiva a criança começa chorar lhe é colocada uma chupeta, evitando seu choro. Consequentemente, teremos uma criança que acumula estresse não conseguindo liberar e controlar suas emoções, gerando comportamentos aversivos, como as birras, posteriormente.

É mais fácil a retirada da chupeta para crianças menores de 6 meses. A indicação é retirar de uma só vez e oferecer outras formas de conforto no lugar, como o ninar, colo, abraço, o seio materno e o toque. Os bebês são muito resilientes e conseguem se adaptar as novas mudanças em 3 a 4 dias.

Os pais que pretendem retirar a chupeta de seus filhos após 1 ano de idade devem avaliar as questões emocionais e sensoriais que os filhos desenvolvem com a chupeta e solicitar a ajuda de um terapeuta infantil caso necessário. Para as crianças mais velhas os pais devem fazer combinados, limitar o uso durante o dia, usar brincadeiras lúdicas e terapêuticas e fazer a criança colocar a chupeta para dormir a noite.

O importante é que os pais tenham o conhecimento dos pontos positivos e negativos do uso da chupeta, como seu uso pode interferir no desenvolvimento de seus filhos e fazer escolhas conscientes.

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