Terror Noturno

Esse é um assunto que preocupa muitos pais, pois é um evento que causa pânico e é assustador. Neste texto, vamos entender um pouquinho sobre o assunto e como lidar com a situação.

O terror noturno é considerado um despertar confusional, isto é, a criança não está verdadeiramente acordada ou completamente consciente de suas ações. Acontece geralmente antes da meia noite, no final do estágio IV do sono NRem, com duração menos que 15 minutos. Pode acontecer com mais frequência nas crianças de 3 a 8 anos, mas pode acontecer também em crianças menores de 3 anos apresentando choros, gritos e presença de suor.

Segundo Dr. Richard Feber, a criança se encontra em uma fase transicional, em algum ponto entre o sono profundo e o despertar completo. É uma fase rápida, em que normalmente a criança desperta levemente durante a noite, se vira, puxa a coberta e volta a dormir. Mas para algumas crianças isso não acontece tão calmamente. Para algumas, no momento do despertar, começam a andar, gritar, chorar, pode ser agressiva, pode ficar com olhos abertos até mesmo correr.

No momento do evento confusional você pode pensar que seu filho teve um pesadelo, mas ao chegar perto você percebe que a criança continua nervosa, brava, chorando, não se acalma com nada. Você pega no colo, mas a criança se curva e empurra você para longe. Se você tenta acordá-lo sacudindo-o ou passa água fria no rosto a agitação pode piorar.

A medida que o evento chega ao fim, a criança irá se espreguiçar, bocejar e se deitar como se nada tivesse acontecido. Estará calmo e não se lembrará de nada.

E por que esses eventos acontecem?

Por várias razões:

• Exaustão ou sono atrasado;
• Fatores de desenvolvimento;
• Fatores emocionais;
• Estimulação sensorial, como ruído e luzes que podem estimular o despertar;
• Rotina irregular;
• Sonecas irregulares;
• Privação do sono;
• Uma patologia ou evento colateral de alguma medicação;
• Fatores genéticos;
• Ter uma tarefa para realizar à noite: como estar habituada a ser alimentada de madrugada, buscar a presença dos pais no quarto ou precisar ir ao banheiro;
• Ansiedade e outras preocupações;
• Mudança na rotina e na vida da criança, como uma escola nova ou mudança para casa nova.

Recomendações para diminuir os episódios de terror noturno:

• Proporcionar um sono adequado;
• Rotina regular;
• Rituais noturnos e relaxamentos antes de dormir;
• Sonecas regulares e adequadas;
• Eliminar as tarefas e hábitos noturno;
• Fazer da hora de dormir um momento calmo, tranquilo, relaxante, sem brigas e sem exigências;
• Procurar ajuda de um psicólogo infantil caso existam questões emocionais envolvidas;
• Procurar orientação do pediatra.

O que fazer no momento do episódio de terror noturno?

• Deixar o episódio passar, sem intervenções, somente observe seu filho de longe, e somente intervenha em situação de risco;
• Garanta apenas a segurança da criança no quarto;
• Evite segurar seu filho nesses momentos;
• Quando o episódio acabar coloque-o na cama para voltar a dormir, sem conversar e perguntas. O episódio vai passar e ele ficará bem;
• Mantenha-se calmo e controle a ansiedade nesse momento;
• Segure o seu filho somente se ele quiser colo.

Dica: Se seu filho sempre apresenta esses eventos no mesmo horário, acorde-o 10 minutos antes do episódio, para que ele reinicie seu ciclo de sono, evitando que esses episódios aconteçam. Seguindo todas essas orientações os episódios de terror noturno podem começar a diminuir, caso persistam os eventos procure um pediatra especializado no assunto.

Referência bibliográfica: Feber, Richard. Bom sono. Nova ed. e ampl. – São Paulo: Celebris, 2008